9 de novembro de 2016
Tecido de fibra de abacaxi pode substituir couro animal
Um tecido feito a partir de fibras de abacaxi pode ser um excelente substituto ao couro animal. Apelidado de Piñatex, o material foi criado pela designer espanhola Carmen Hijosa, a partir de uma técnica tradicional nas Filipinas, em que as fibras da fruta são usadas para a fabricação de uma camisa especial, chamada Barong Tagalog.
A descoberta surgiu a partir do descontentamento de Carmen. Após trabalhar durante anos na indústria do couro, ela percebeu que era necessário criar uma matéria-prima alternativa e mais sustentável. O Piñatex começou a tomar forma quando a designer percebeu que era possível transformar as fibras do abacaxi em uma malha não-tecida, ou seja, que se conecta sem que seja necessário tricotagem ou tecelagem.
As fibras que compõe o material são extraídas das folhas de abacaxi antes mesmo de serem cortadas da plantação. A partir daí, elas são cortadas em camadas e colocadas em um processo industrial, do qual o resultado é o tecido. O subproduto desta prática é apenas uma biomassa, que pode ser usada como adubo natural, garantindo um ganho extra aos produtores.
Após a manufatura, as fibras ganham uma aparência semelhante a uma tela de pintura, que pode ser tingida com qualquer cor e impressa de várias formas, com o intuito de obter texturas diferentes. Esse tratamento permite que o Piñatex fique ainda mais semelhante ao couro.
De acordo com Carmen Hijosa, o material pode ser usado na fabricação de sapatos, bolsas, estofados para sofás e cadeiras, roupas, painéis, estofados automotivos e muito mais.
O Piñatex foi lançado na Europa em 2014 e diversas marcas já o utilizam em protótipos de produtos veganos e totalmente livres de crueldade animal.
Clique aqui para mais informações sobre o Piñatex.
Redação CicloVivo
2 Comentários
Achei fantástica a iniciativa! Gostaria de saber se há algum projeto neste sentido aqui no Brasil, pois moro em uma região que cultiva abacaxi… Quem puder me ajudar com informações, agradeço!
Não conhecemos esta iniciativa no Brasil, mas iremos pesquisar.
Abs! Gestora